Review-Bioshock Infinite



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Acompanhar a 9º arte é algo extremamente fascinante, já que, por ser relativamente nova, é possível ver o surgimento de obras atemporais que serão debatidas conforme as gerações vão passando. Tal qual  os olhos de ressaca de Capitu, a apática voz de Hal-9000, ou o enigmático sorriso da Mona Lisa, a jornada ao lado de Elizabeth por Columbia pode ocupar com facilidade este espaço como uma das maiores e mais importantes obras da nona arte.
Desta vez você controla Booker Dewitt, que é enviado para a Cidade flutuante de Columbia para  resgatar Elizabeth e, desta forma, pagar uma dívida. Porém terá que enfrentar forças militares, já que, de alguma forma, ele é visto como ‘’o Falso Profeta’’. Logo de cara vemos que Booker é o oposto do simples avatar que era o protagonista do primeiro Bioshock, já que, alem de possuir voz e personalidade fortes e carismáticas,  é um excelente personagem com um arco dramático bem  construído, o que não impede o jogador de ficar imerso no ambiente magnífico da cidade.
Mas o maior destaque não é o protagonista e sim, Elizabeth, que foge completamente à qualquer estereótipo de “donzela em perigo”; é uma mulher inteligente e de personalidade forte. Seu carisma é capaz de contagiar até mesmo uma pedra. É simplesmente gratificante observar seu fascínio por tudo que está vendo após ser libertada da torre onde estivera presa. Porém o mais fascinante é a postura que assume após ter breves revelações do seu passado e perceber que a situação em Columbia era mais séria do que imaginava. Ela é, sem dúvida, uma das maiores personagens da história dos videogames.
Além de carismática, Elizabeth é extremamente prestativa, tornando-se a melhor ‘’companion’’ de todos os tempos.  Ela sempre oferece itens e munição nos momentos mais necessário e, devido a uma escolha de design, os inimigos simplesmente não prestam atenção nela, ajudando  o jogador a se focar nos combates frenéticos.
Diferente dos jogos anteriores, só se pode carregar duas armas de fogo por vez, tornando a escolha das armas certas um fator decisivo para sua estratégia de combate. O Game possui uma enorme variedade de armas, de metralhadoras à bazucas. Além disto, os plasmids voltam com o nome de “Vigors’’, que fornecem poderes capazes de  causar uma confusão considerável e, junto com o competente level design, o jogo jamais deixa de ser  divertido, chegando a ser irônico provocar Caos no pacato ambiente de Columbia. Etretanto, o seu maior destaque é a forma com que os elementos de jogabilidade são contextualizados, inclusive explicando as similaridades entre Columbia e Rapture de maneira magnífica, contribuindo para a narrativa de forma bastante peculiar.
Columbia é um ORGASMO visual e sonoro: a alegoria para a sociedade xenofóbica EstaduUnidense do início do século XX. Se pudesse resumir em poucas palavras seria uma  ”Utopia Teocrática Redneck” . Columbia possui uma beleza hipnotizante e não serão raros os momentos em que o jogador ficará maravilhado com os cenários, suas cores fortes, vivas e com sua arquitetura simétrica neoclássica, e ao mesmo se sentirá incomodado com as fundações segregacionistas e totalitárias do lugar.
O trabalho de voice acting é espetacular. Temos grandes atuações vindo dos personagens principais e o dos arquivos de áudio encontrados no jogo na forma de “Voxafones”. Apesar da trilha sonora maravilhosa, o destaque neste quesito vai para as músicas diegéticas que contribuem para atiçar  a curiosidade do jogador para o universo a sua volta.
Diferente do primeiro Bioshock, em que um plot twist no meio vira o mundo do jogador de cabeça para baixo, Infinite possui um mistério envolvente, com várias camadas e dimensões. Joga-lo é comparável a montar um quebra cabeça  em que as peças não são nitidamente mostradas e detalhes simples assumem um papel importantíssimo, conforme nos aventuramos neste jogo.
Este pitoresco e curioso universo, com suas belas rimas narrativas que habitam Columbia, estarão na mente dos gamers por muitos dos anos que virão.

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